Retirado de: http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/colesterol-envolvido-na-doenca-de-alzheimer-1548528
Na doença de Alzheimer, ocorre a acumulação no cérebro de uma proteína
que destrói os neurónios e degenera progressivamente as funções
corporais em geral. Para sua surpresa, uma equipa de cientistas
descobriu agora que o colesterol tem um papel importante na produção
desta proteína - a beta-amilóide -, o que o torna um possível alvo para
travar o desenvolvimento desta doença. A descoberta é publicada nesta sexta-feira, revista Science, pela equipa que revelou a estrutura tridimensional de uma proteína que vai dar origem à beta-amilóide.
Não
se conhecem as causas exactas da doença de Alzheimer, caracterizada por
perda de memória, desorientação, depressão e deterioração das funções
corporais. Só depois da morte de um doente de Alzheimer é que se
comprova a doença, através da análise de amostras do cérebro, para
verificar a presença de placas de beta-amilóide.
Numa situação
normal, a proteína beta-amilóide é degradada continuamente, mas certas
variações genéticas podem alterar esta dinâmica. “Qualquer coisa que
diminua a produção da beta-amilóide pode ajudar a prevenir, ou tratar, a
doença de Alzheimer”, defende um dos autores do estudo, Charles
Sanders, da Universidade de Vanderbilt, em Nashville (Estados Unidos),
citado num comunicado.
A equipa de Sanders analisou a proteína
precursora da beta-amilóide (APP, a sigla em inglês). Em apenas dois
passos (provocados por enzimas diferentes), a APP transforma-se primeiro
na proteína C99, e depois na beta-amilóide.
Os cientistas
revelaram agora como é a estrutura tridimensional da proteína C99, que
está parcialmente imersa na membrana celular dos neurónios. Ao estudarem
a C99, perceberam que havia um local nela onde o colesterol se ligava.
“Há muito tempo que se pensa que, de alguma forma, o colesterol promove a
doença de Alzheimer, mas os mecanismos não eram claros”, disse Sanders.
“A ligação do colesterol à C99 talvez seja uma das maneiras de tornar a
doença mais provável.”
A membrana celular é uma estrutura muito
dinâmica. É constituída, na sua base, por duas camadas de moléculas de
gordura que compõem o invólucro que dá forma às células. O que a equipa
propõe é que o colesterol, ao ligar-se à proteína C99, permite que ela
se desloque pela membrana celular e se dirija para regiões específicas
das células se concentram muitas outras moléculas. E é aqui que existem
as enzimas que, por sua vez, transformam essa proteína na beta-amilóide,
que se acumula nas regiões do cérebro que controlam a memória e a
aprendizagem, o que leva ao aparecimento da doença de Alzheimer.
A
equipa pensa que, quando a C99 não tem colesterol à volta, ela fica em
qualquer sítio da membrana celular. “Se pudéssemos desenvolver um
fármaco que impedisse esta ligação, seria possível travar a proteína de
ir para estes domínios”, refere Sanders. “Em vez disso, a proteína seria
clivada [cortada] por uma boa enzima e não produziria a beta-amilóide.”
Acho que com esta informação, as pessoas ainda ficam mais sensibilizadas no que toca à doença Alzheimer. Podemos considerar também que as doenças que o organismo humano tem, "pioram-se mutuamente"... Esta, é mais uma razão para os portadores da doença do colesterol terem ainda mais cuidado com a sua saúde,"pois poderão esquecê-la"...
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